D-Monia é um projeto de Lady A. e Gorpo que envolve diversão & arte. O objetivo é uma festa que amplie as tendências subculturais obscuras, e que tem como proposta uma temática cyber, totalmente voltada para o lado obscuro da música eletrônica, criando uma atmosfera para os frequentadores, que faz referência a filmes SCI-FI no melhor estilo Blade Runner. TAGS: Industrial, Electro, Fetish, Rivethead, Cybergoth, Neovictorian, Dark Electro.

Dec 5, 2007

RESENHA

Machina Festival II - Industrial para as massas


Então, estava devendo uma resenha mais detalhada sobre minha ida à São Paulo para cobrir o Machina Festival II, evento que aconteceu no club Blue Space no último dia 30 de novembro e que contou com vários expoentes nacionais da cultura industrial do país e uma atração internacional, a banda inglesa com mais de 20 anos de estrada, Cassandra Complex. Gostaria, em primeiro lugar de elogiar a organização e o profissionalismo do evento, que mostra um passo para a maturidade e consolidação de uma cena que muitas pessoas desconhecem. A atenção e o carinho com que fui tratada pela equipe do Fiberonline mostra o grande amor à música desse pessoal que fez um evento de primeira linha. Pena que nem sempre o público prestigie como deveria, mesmo com a boa divulgação que ele teve. Mesmo assim, em torno de mil pessoas se divertiram por lá.

Coquetel Pré-Machina Festival

cassandra complex djing

Na quinta-feira, 29/11, houve um coquetel pra imprensa e convidados que rolou no club Áudio Delicatessen, na Vila Madalena. O local foi uma escolha bastante acertada pois é intimista, bonito e de tamanho certo para isso, com um lounge no piso de baixo e a pista no segundo andar. Destaque para o excelente soundsystem.

Eneas Neto e Fábio Massari

Além do bate-papo com diversas bandas, produtores, djs, jornalistas (até o reverendo do rock independente Fábio Massari estava por lá) os membros do Cassandra Complex se revezaram nas discotecagens garantindo uma bela fusão de electro-industrial-ebm-synths clássicos e novidades.
pista do áudio delicatessen

Os integrantes do Cassandra Complex foram extremamente atenciosos, simpáticos e profissionais, mostrando que estavam se divertindo muito ali, entre amigos e admiradores. Essa postura deles voltou à tona no show de sexta e foi muito contagiante. Também foi um ótimo momento para conhecer pessoalmente pessoas que eu só via em fóruns, listas de discussão (a rejekto sendo a principal delas) e outros avatares do ciberespaço. Mas a cena é feita também do presencial.

O festival

Devido a uma série de outros compromissos e correrias que eu tive durante essa viagem, na sexta (graças ao caótico e infernal trânsito da capital paulista) cheguei com um pouco de atraso ao local do show. A Blue Space é uma casa antiga e grande na Barra Funda (relativamente perto dos clubs Clash e D-Edge) com vários ambientes e duas pistas. O club é enorme e na pista central há um palco em formato de T (uma espécie de snake-pit). Fiquei sabendo pelos organizadores que normalmente ela é uma casa GLS mas naquela noite havia sido fechada para o evento. Havia um lounge com exposição de fotos cyber-fetichistas do artista Wandeclayt M. (que reside em Santa Maria -RS e que produziu a foto da capa do meu livro). Além disso, havia vendas de CDs da FiberRecords, camisetas das bandas que se apresentariam, acessórios e distribuição da versão impressa do zine Overclock (com o qual eu também colaboro). Quanto à qualidade do som, no geral, estava muito bem equalizado na pista de cima e durante os shows. Na pista de baixo, em alguns momentos os agudos estavam muito estourados e estridentes, mas nada que tirasse o brilho do evento.

Gengivas Negras @ Machina Festival II

Devido ao meu atraso, perdi o show dos curitibanos do Gengivas Negras, que é sempre uma verdadeira experiência de terror sonoro (em sua mais bela acepção).

Machine Revenge x Vector Commander

Quando cheguei lá já estava no palco a dupla Vector Commander X Machine Revenge. O produtor de electro-techno-ebm Alex Strunz e o vocalista Erik Thurm levaram ao palco suas sonoridades calcadas no EBM, no techno e em letras de ficção-científica em um live energético. Pena que ainda haviam poucas pessoas devido ao horário (23h30). Destaque para a performance de Erik com visual rivethead (máscaras de pregos, tambores de ferro velho, etc) e também para a parte visual do show - várias fusões de imagens sombrias que abordavam as relações homem-máquina.

Deadjump

Após um curto intervalo, entrou em cena o DeadJump com suas influências electro-industriais. O poderoso vocal de Alex Ramos e a performance do tecladista e dos programadores agitou a galera com um som dançante, mostrando composições do álbum Immortal e também algumas novas do trabalho "Scare Mix". Além disso, a cover de Hellraiser, dos belgas do Suicide Commando (uma das nítidas influências da banda) botou todo mundo pra cantar e dançar. O mais engraçado foi exatamente nessa hora, eu ter visto um cara com uma camiseta do Pinhead - para quem não sabe, um dos cenobitas, personagem do clássico de horror Hellraiser do mestre Clive Barker e que inspirou a canção do Suicide Commando.


Pontualmente à 1h da madrugada entram no palco os veteranos do Símbolo com seu synthpop bem produzido. Destaque para a produção visual do live que contava com capacetes com luzes usados pelos rapazes, ao estilo minerador/operário. A dupla alternou momentos melódicos e energéticos passando por músicas de várias fases, que surgiu na metade dos anos 80 com os produtores Martin Neto e Joel Jr. Vários fãs com camisetas da banda se aglomeravam em frente ao palco. O cover inusitado de "Precious" do Depeche Mode fez uma releitura robótica e cheia de vocoders para a canção.


the cassandra complex

Finalmente entra em cena aguardada banda Cassandra Complex que apresentou um show vigoroso em uma mistura perfeito entre o rock e a eletrônica com muitas guitarras e programações eletrônicas. A performace do vocalista Rodney Orpheus foi memorável celebrando com os fãs, dançando, se jogando no chão, cantando petardos do crossover entre pós-punk e ebm como "Moskow, Idaho"; "War against sleep"; “One Millionth Happy Customer”, “(In Search of) Penny Century”, "Second Shot", "V.A.L.I.S" entre outras. Um show de que mesclou extremo profissionalismo, carisma e diversão. Máquinas e emoções na enésima potência. Um momento inesquecível para todos aqueles que freqüentaram as pistas alternativas em anos jurássicos... Seria injusto definir uma banda como o Cassandra Complex a partir de outros artistas mas como forma de codificação mental eu diria que eles soaram como Bauhaus encontra Krautrock alive and kicking. Excelente, um show memorável.

pista

Entre os shows, alguns DJs se revezaram nas discotecagens na pista de cima, gostaria de destacar principalmente o set do DJ Tonyy que mesclou coisas old school como liasion dangeureses, a split second entre outras passeando em mixagens redondas com produções mais novas indo do ebm ao electro ao newbeat ao quase techno de forma perfeita e empolgando a galera na pista que gritava e dançava. Na outra pista, os amantes do futurepop, do harsh-ebm e do darkelectro também curtiam a festa.

bad cock vs airen´terre

airen´terre

Após o show dos Cassandras, e, com um público mais disperso, entram em cena o live Airen´terre vs Bad Cock (Wandeclayt M e Hansenharryebm). Acompanho o trabalho do Airen´terre há um bom tempo e é visível a evolução sonora das produções de Wande, com destaque para as bases poderosas e melódicas de "Nemesys", "Ocean Eyes" e "Fading Memories" (minha favorita). Pena foram alguns problemas inesperados no som, mas que sempre assombram um ou outro evento. De todas as vezes em que assisti ao Airen´terre, essa foi com certeza a melhore apresentação - apesar desses probleminhas técnicos, pois os vocais amadureceram bastante. Quanto ao Hansen, ele apresenou algumas de suas novas produções e brincou com o público que gritava o clássico jargão "toca raul". É uma figuraça!

Após esse live, desci um pouco para a pista de baixo e, dancei mais um pouco, mas como meu cansaço físico já tornava insuportável minha estadia pelo festival (uma vez que eu havia passado o dia inteiro trabalhando muito) decidi que era hora de literalmente "sair de cena. Ainda assisti ao início do projeto carioca Mobius Project que me pareceu bastante promissor, mas fiquei devendo ver os shows de Skulk Partition Root e Homicide Division. Fica para uma próxima. Ainda bem que, em breve deve sair o DVD, pois estava sendo gravado. No geral, o saldo foi muito positivo para cena e para os fãs das vertentes mais obscuras da eletrônica. É de atitudes como essa que o cenário brasileiro necessita. Parabéns ao Enéas Neto, ao Luis Depeche e à toda equipe do Fiberonline pela produção desse festival, dando um tapa de luvas na morosidade e na preguiça de muitos produtores de eventos e de quem acha que não é possível constituir algo assim num país como o nosso.

Aguardamos agora uma próxima edição,o DVD e além disso, fica o toque para os produtores locais da cena. Em junho, a galera de Curitiba - onde resido atualmente - produziu o Industrial Noise Fest, no Rio de Janeiro as festas DDK tem lotado lugares apostando nessas sonoridades, Santa Maria tem constituído uma cena influente e Porto Alegre (minha cidade natal), quando vai se mobilizar e promover um festival dedicado a essa subcultura? É uma das coisas que desejo para 2008.

fotos do coquetel no audio delicatessen

fotos do machina festival II

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